Descrição
São escassas as palavras.
Mário Godinho era um professor da FMH, especialista nos processos de aprendizagem de movimentos e, por vocação artística, da sua captura congelado no tempo – a fotografia.
Era fotógrafo como era professor: estudioso e curioso, insatisfeito e perseguidor de perfeição.
Gonçalo Tavares (com um minucioso M. literário de permeio) é também professor, também da FMH, também do corpo. Um pensador do corpo, subtilmente dominado pela arte das palavras.
Ditou o acaso que os dois se encontrassem na fabricação da Poética do Corpo. O Mário em Paris, numa circunstancia extrema de vida, radical como os passos que foi dando pela vida, e o Gonçalo em Lisboa, numa fraternidade distanciada no espaço e ubíqua no tempo.
A fotografia, nas visões multiplicadas do corpo, foi generosamente alimentada pelo devaneio anátomo-literário das palavras e fez-se livro.
A Poética do Corpo é a fusão de duas formas de expressão do corpo, exercida por dois malabaristas das artes, a que a Universidade Técnica de Lisboa, fazendo apenas o que lhe compete, dá forma.