Descrição
Na Europa do século XXI, a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade constitui um dos assuntos da atualidade. Participação social, igualdade de oportunidades e ações antidiscriminação são as principais orientações que incorporam o discurso político para o desenvolvimento de ambientes sem barreiras. O modelo social da deficiência é o marco teórico que tem reconfigurado a perspetiva da deficiência e assinalado o impacto da sociedade e dos diversos agentes na qualidade de vida das pessoas com deficiência. Que função têm os museus no processo global da inclusão? Como podem os museus garantir o acesso físico, informativo e educativo? Que práticas em museus podem levar à transformação social?
Este livro explora a função dos museus na inclusão social das pessoas com deficiência, abordando vias possíveis de interação com estes públicos. São apresentados diferentes níveis de acesso que integram as circunstâncias implicadas no relacionamento entre museus e pessoas com deficiência. São dados a conhecer programas inclusivos desenvolvidos em museus com coleções de artes plásticas no contexto internacional, nomeadamente em Londres, Nova Iorque e São Paulo. São também assinaladas algumas iniciativas promovidas em Portugal.
A partir de três estudos de caso, desenvolvidos pela autora no Museu Calouste Gulbenkian-Coleção Fundador e Coleção Moderna com grupos de pessoas com deficiência intelectual, pessoas com deficiência visual e pessoas da comunidade Surda, é evidenciado o potencial dos museus e da arte para gerar novas compreensões da deficiência na sociedade. Os testemunhos das pessoas envolvidas evocam novas vias de aproximação entre as coleções dos museus de arte e as pessoas com deficiência, reconhecendo a sua capacidade para influir no desenvolvimento de novas identidades sociais.