Descrição
No meu início neste desporto – nos anos 60 e 70 – éramos um colectivo com o olhar colocado constantemente “no de fora”. Estávamos em Espanha longe de poder competir com as equipas de ponta dessa época e o que nos contavam os treinadores dessas equipas – que sempre eram estrangeiros – era aceite praticamente como um axioma.
Juan Antón esteve presente no núcleo duro desse trabalho desde muito jovem, com uma recente licenciatura no INEF de Madrid, participando como professor, articulista e tradutor. Como passar do tempo, fomo-nos tornando mais críticos, perguntando os “porquês” das coisas, o acesso à informação foi-se facilitando, e tornámo-nos assim mais ousados, tanto na hora de conceptualizar como na de competir…
De forma não estruturada, cada um por seu lado, nesse “querer ter razão”, aportámos conhecimento com o qual construÍmos um substrato, que fez com o que nosso andebol passasse de um estado de dependência intelectual para um outro que poderemos chamar de “liberdade criadora”, que aumentou o nosso nível competitivo e o nosso prestígio internacional.
Em todo este processo, a figura de Juan Antón tem um destaque particular. é sem dúvida o autor espanhol de andebol com mais publicações e, provavelmente, o mais lido. é uma pessoa exigente, não admite qualquer coisa como válida, mas há que dizer que este princípio de rigor aplica-o em primeiro lugar a ele mesmo.
Isto proporciona à sua obra uma coerência e um sentido global que transcende o que cada uma das partes representa individualmente.
Excertos do prólogo de Manuel Laguna